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Eduardo Cunha teria pedido propina de US$ 5 milhões da Petrobrás, diz delator do Lava Jato

17 de Julho de 2015 - Diogenes Matos

Cunha reagiu às declarações de Julio Camargo, as quais chamou de mentirosas.

Um dos delatores da Operação Lava Jato, Júlio Camargo, disse em depoimento à Justiça Federal, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu US$ 5 milhões em propina referentes a contratos com navios-sonda da Petrobras. Segundo ele, o peemedebista disse que era “merecedor” do dinheiro em uma reunião no Rio de Janeiro, da qual também teria participado o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. “Fui bastante apreensivo. O deputado Eduardo Cunha é conhecido como uma pessoa agressiva, mas confesso que comigo foi amistoso, dizendo que não tinha nada pessoal em relação a mim, mas que havia um débito com o Fernando do qual ele era merecedor de US$ 5 milhões”, disse. Cunha é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Em depoimento de delação premiada do esquema Lava Jato, ele também foi citado pelo doleiro Alberto Youssef por ter supostamente criado requerimentos na Câmara para pressionar empresas que têm contratos com a Petrobras a pagar propina. Foi por causa dessa pressão que Camargo disse à Justiça ter procurado o deputado peemedebista. Embora a autoria seja atribuída a Cunha, o requerimento foi protocolado pelo ex-deputado Solange Almeida (PMDB-RJ), aliada do hoje presidente da Câmara. Antigo consultor da Toyo Setal, o delator disse que procurou o doleiro Alberto Youssef para tentar resolver o que considerou uma “emergência” – a suposta pressão de Cunha para o pagamento de cerca de US$ 10 milhões em propina referente a navios-sonda, sendo que a parte dele ficaria em US$ 5 milhões. “O deputado não aceitou eu pagar só a parte dele. ‘Você pode até pagar o Fernando (Baiano) mais dilatado, mas o meu eu preciso rapidamente'”, relatou a suposta fala do peemedebista. Questionado por que não havia dado as informações em outros depoimentos, Camargo disse que imaginou que só poderia falar sobre o deputado na Procuradoria Geral da República (PGR), por causa do foro privilegiado, mas também relatou receio. “É uma pessoa que age não diretamente e tem que ameaçar você através de terceiros, já é uma pessoa a quem deve se ter todo cuidado. Além do mais, estamos falando de uma pessoa que dizia ter o comando de 260 deputados e depois na eleição para líder do Congresso isso se constatou. Uma pessoa de alto poder de influência, onde eu fico preocupado”, disse. Em nota, Cunha reagiu às declarações de Julio Camargo, as quais chamou de mentirosas. Disse também achar estranho a divulgação às vésperas de seu pronunciamento em rádio e TV e próximo da eleição do procurador-geral da República.
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Leia a nota do presidente da Câmara Federal sobre depoimento do Lava Jato: Com relação à suposta nova versão atribuída ao delator Júlio Camargo, tenho a esclarecer o que se segue: 1- O delator já fez vários depoimentos, onde não havia confirmado qualquer fato referente a mim, sendo certo ao menos quatro depoimentos. 2- Após ameaças publicadas em órgãos da imprensa, atribuídas ao Procurados Geral da República, de anular a sua delação caso não mudasse a versão sobre mim, meus advogados protocolaram petição no STF alertando sobre isso. 3- Desminto com veemência as mentiras do delator e o desafio a prová-las. 4- É muito estranho, às vésperas da eleição do Procurador Geral da República e às vésperas de pronunciamento meu em rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado pelo Procurador Geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir. Deputado Eduardo Cunha Presidente da Câmara dos Deputados

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