Brasil

Zika: casos notificados de microcefalia chegam a 2.782

22 de Dezembro de 2015 - Maryane Meira

No total, foram notificados 2.782 casos, o que representa um aumento de quase 16% em relação aos dados divulgados na semana passada.

156893605_c O Ministério da Saúde acaba de divulgar um novo boletim epidemiológico com a atualização do número de casos de microcefalia, uma malformação do cérebro que foi relacionada ao vírus zika. No total, foram notificados 2.782 casos, o que representa um aumento de quase 16% em relação aos dados divulgados na semana passada. Essas ocorrências estão distribuídas em 618 municípios de 20 unidades federais. Até o dia 19 de dezembro, foram contabilizados 40 óbitos. "Essa é uma emergência de saúde que deve mobilizar todo o mundo", declarou o diretor da Divisão de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Ele lembrou que, de acordo com os históricos de transmissão de doenças no Brasil, os casos de infecção começam a aumentar no fim de fevereiro e atingem o pico no mês de maio; caem muito em junho e seguem baixas de julho/agosto em diante, mas nunca chegam a zero. "Os casos de microcefalia aparecem só de 6 a 7 meses depois da infecção. Então, tudo o que acontecer no verão vai aparecer na metade do segundo semestre. Todo esse esforço é para que não haja contaminações neste período", afirmou. O combate ao mosquito Aedes aegypti De acordo com Maierovitch, por enquanto, não há nem previsão de vacina ou de tratamento: "as únicas pesquisas de que teremos resultados mais imediatos são aquelas de tecnologia para a confirmação da doença”, afirmou. Atualmente, o teste que confirma a presença do zika é o PCR, que utiliza tecnologia de biologia molecular, e ainda não está disponível comercialmente. De acordo com o diretor, o Ministério da Saúde capacitou 11 laboratórios públicos para realizar o diagnóstico de zika. O Secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Carlos Nardi, apontou que a principal medida do combate ao zika ainda é a eliminação do vetor da doença, omosquito Aedes aegypti. O principal ponto do plano de enfrentamento traçado pelo Ministério é a visitação de 100% dos imóveis e residências brasileiras até 31 de janeiro. “O mais efetivo nesse momento é a eliminação de todos os recipientes e água parada onde o mosquito possa se propagar”, afirmou Nardi. Ele lembrou que os cuidados para evitar a proliferação do mosquito devem ser redobrados durante as festas de fim de ano. Neste período, se produz uma grande quantidade de descartáveis, latas, embalagens de presente. Por isso, é imprescindível que seja feito o descarte ecologicamente correto desses materiais, o que impede que eles acumulem água e se tornem criadouros do mosquito. “Antes de fechar seus imóveis, vetem a caixa d’água, desentupam as calhas, chequem se os ralos estão obstruídos no quintal, coloque vasos e baldes de cabeça para baixo”, recomenda Nardi. Na batalha contra o Aedes, 266 mil agentes comunitários de saúde se juntarão aos 43.920 agentes de combate às endemias. A estimativa é que cada agente visite cerca de 20 domicílios por dia. Também foi feito um apelo para que as pessoas continuem doando sangue, principalmente com a chegada do verão, quando as demandas aumentam muito. Alberto Beltrame, secretário de Atenção à Saúde, reforçou que o processo de triagem dos doadores será reforçado, sobretudo na aplicação do questionário. Isso porque está sendo investigado um caso em Campinas (SP) de uma pessoa que recebeu sangue e contraiu o vírus zika, levantando a suspeita de que seja possível a transmissão do vírus por via sanguínea.

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