Brasil

Homofobia: acusados de matar jovem durante Camaforró são absolvidos por júri popular

28 de Março de 2017 - Lenielson Pita

A precariedade das provas foi determinante para a decisão, segundo advogado.

Miler Muniz Silva Issa, 30 anos, e Tiago Lopes Santos, 29 anos, foram acusados de participar do assassinato de José Leonardo da Silva, 22 anos, durante o Camaforró de 2012, em Camaçari. Miler e Tiago foram absolvidos pelo júri popular durante julgamento realizado hoje (28), no Fórum Clementi Mariani. De acordo com Marcos Melo, advogado de defesa de Tiago, a precariedade das provas foi determinante para a decisão. “O que havia era apenas um reconhecimento precário e ilegal de uma pessoa, inclusive, foi apresentado um vídeo onde três dos acusados inocentam Tiago e Miler”, afirmou o advogado. O Ministério Público também pediu a absolvição de Miler e Tiago. [caption id="attachment_189156" align="aligncenter" width="558"] Marcos Melo, advogado de defesa de Tiago. Foto: Lenielson Pita.[/caption] Na época, além de Miler e Tiago, outros três rapazes foram conduzidos para a 18ª Delegacia Territorial, após o crime, Douglas dos Santos Estrela, na época com 19 anos, Adriano Santos Lopes da Silva, 21 anos, e Adan Jorge Araújo Benevides, 22 anos, presos até hoje aguardando julgamento de recurso. [caption id="attachment_188869" align="aligncenter" width="380"] Douglas, Adriano e Adan.[/caption] Os irmãos gêmeos José Leonardo da Silva e José Leandro da Silva, 22 anos, foram agredidos ao serem confundidos como um casal homoafetivo. Leonardo foi morto a pedradas. Miler e Tiago alegaram que não estavam entre os responsáveis pelas agressões e disseram que foram presos injustamente. Segundo o juiz da 1ª Vara Crime da Comarca de Camaçari, Ricardo Dias de Medeiros Neto, o júri popular foi o responsável pelo julgamento. “Nesse caso, coube a mim apenas conduzir a sessão na forma da lei, tentando evitar erros”, disse. [caption id="attachment_189157" align="aligncenter" width="553"] Ricardo Dias de Medeiros Neto, juiz da 1ª Vara Crime de Camaçari. Foto: Lenielson Pita.[/caption] Miler foi preso em 24 de junho de 2012 e ficou detido até julho de 2014, quando foi colocado em prisão domiciliar para tratamento de depressão, pois havia tentado suicídio. A partir de novembro de 2016 foi concedido a ele a liberdade provisória. Já Tiago, foi detido em 24 de junho de 2012, mas permaneceu preso até 9 de novembro de 2016, quando recebeu a liberdade provisória. Emocionado, Miler disse que tentará reconstruir a vida. “Foi tudo horrível. Agora é cabeça erguida, trabalhar, conquistar tudo novamente, casa, carro, mas o melhor eu já tenho que é a minha liberdade, é melhor do que dinheiro”, contou. Tiago lamentou pelo sofrimento que a família passou e agradeceu o apoio dos advogados de defesa. “Foram muitas as dificuldades, minha família precisando de mim, mas com o apoio dos advogados e a liberdade provisória comecei a ter esperança que a justiça seria feita, como foi feita hoje aqui”, enfatizou. Confira a entrevista do repórter Moura Boca Livre com Miler, Tiago e o advogado Marcos Melo.  [audio mp3="https://bahianoar.com/wp-content/uploads/2017/03/bahianoar_homofobia-acusados-de-matar-jovem-durante-camaforro-sao-absolvidos-por-juri-popular.mp3"][/audio]   O crime Os gêmeos foram agredidos ao andarem abraçados próximo a um evento junino na madrugada do domingo, 24 de junho de 2012. A delegada Maria Tereza Santos Silva, que está à frente das investigações, diz que trabalha com a suspeita de homofobia. Leandro também acha que não há outra justificativa para as agressões, mas não compreende porque foram confundidos com um casal homossexual. "Acho que foi homofobia, achavam que a gente era gay, mas não entendo, éramos gêmeos idênticos, era evidente que éramos irmãos. Eu apenas coloquei a mão em cima do ombro dele! Sempre fomos do bem, honestos, nunca nos envolvemos com nada errado, drogas... Até mesmo na festa, não teve nenhuma confusão, não mexemos com a mulher de ninguém", disse o irmão Leandro. Leonardo era casado e deixou na época, a esposa grávida de quatro meses.

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