Justiça

Ibama sabia que navio grego não havia derramado óleo antes de operação da PF

18 de Dezembro de 2019 - Redação Cabula agora
[Ibama sabia que navio grego não havia derramado óleo antes de operação da PF]

Uma semana antes de a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Mácula no dia 1º de novembro o Ibama já havia rejeitado as imagens que basearam a prova da PF, por já saber que não se tratava de uma mancha do poluente

Uma semana antes de a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Mácula no dia 1º de novembro, que apontava o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pela mancha de derramamento de óleo avistada no litoral do Nordeste do país, o Ibama, órgão do Ministério do Meio Ambiente, já havia rejeitado as imagens que basearam a prova da PF, por já saber que não se tratava de uma mancha do poluente.
A revelação foi feita pelo coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima) do Ibama, Pedro Alberto Bignelli. Em declarações dadas à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Óleo, durante audiência na Câmara, o técnico especializado em análise de imagens de sensoriamento afirmou que as imagens chegaram a ser levadas ao Ibama ainda em outubro, pela empresaHex Tecnologias Geoespaciais, de Brasília.
O material, segundo ele, foi exposto ao Ibama como parte de uma oferta comercial de serviço. A Hex mantém, desde março, um contrato com o Ibama para análise de imagens por satélite, mas trata-se de um serviço sob demanda, ou seja, a empresa ganha quando presta o serviço.
Ao ver as imagens que a Hex apresentou, Bignelli disse que o material já apresentava características básicas de que não se tratava de petróleo, como a coloração. A ausência de dados técnicos básicos, disse ele, levou o Ibama a rejeitar o material como prova da origem do óleo. Uma semana depois, porém, a PF deflagrou a operação baseada nessas mesmas imagens, as quais foram cedidas gratuitamente pela Hex às investigações. Os investigadores teriam alegado que, além das imagens, teriam outras evidências.
O técnico contou que, após a repercussão da operação da PF, que apontava o navio grego Bouboulina, da empresa Delta Tankers, como o autor do derramamento, chegou a ser alvo de chacota no Ibama. “Teve uma brincadeira de nosso diretor... Eu ouvi ‘você comeu bola’. Então, respondi a ele ‘eu não coloco meu currículo nesse trabalho’”, comentou.
Declaração contradiz fala de empresa de análise de imagens
A declaração contradiz o que afirmou, em novembro, o presidente da Hex, Leonardo Barros. Ao Estado, ele comentou que tinha decidido ceder as imagens à PF porque não tinha sido acionado pelo Ibama, nem pelo Ministério do Meio Ambiente. "Reagimos às demandas do Ibama, como, por exemplo, olhar o desmatamento em determinado local, etc. Nesse caso, especificamente, para a mancha de óleo, realmente não fomos acionados. Agora, por que isso aconteceu, é melhor perguntar para o Ibama", disse Barros, na ocasião.
Deflagrada a operação da PF, o Ibama fez um laudo técnico próprio sobre as supostas provas e concluiu que, na realidade, se tratava de clorofila. “Fizemos o trabalho em sentido contrário. Chegamos à conclusão de que tinha feição de clorofila, o que é completamente incompatível com óleo. Ficamos plenamente tranquilos, aquilo que era mais um falso positivo”, comentou Bignelli.
A Marinha, que centraliza os trabalhos de investigação, chegou a dizer, na semana passada, que o Bouboulina ainda faria parte dos trabalhos das investigações. A Delta Tankers, dona do navio, já rejeitou ligações com o crime ambiental e se prontificou a auxiliar nas apurações.
Procurada, a Hex não se manifestou até as 19h45. A Marinha e a PF também não se posicionaram até esse horário. Na semana passada, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmou, numa nova tese, que a origem do derramamento de petróleo no litoral brasileiro pode estar  a milhares de quilômetros da costa do País. Mais precisamente, as avaliações indicam que o óleo teria se deslocado da região sul do mar da África, em abril, até chegar à costa brasileira, em setembro.

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