Política

Mensagens, mentiras em depoimentos e dados em celulares: veja provas da PF sobre blitze durante eleições no Nordeste

10 de Agosto de 2023 - O Globo
[Mensagens, mentiras em depoimentos e dados em celulares: veja provas da PF sobre blitze durante eleições no Nordeste]

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso preventivamente nesta quarta-feira (9)

FOTO: Divulgação

 

Ele é investigado por suposta interferência no planejamento de fiscalizações nas eleições de 2022.

Mentiras em depoimentos
A Moraes, a PF afirma que, em depoimentos, dois servidores da PRF mentiram e omitiram informações por "reverência" a Silvinei Vasques.

Um dos servidores é Adiel Pereira Alcântara, que, em mensagens, afirmou que Silvinei falou em “policiamento direcionado” durante reunião com a cúpula da PRF.

A outra, Naralúcia Leite Dias, atuava como chefe do Serviço de Análise de Inteligência da PRF.

Os dois foram ouvidos pela PF no inquérito que apura a suposta interferência de Silvinei nas fiscalizações do pleito de 2022.

A corporação, no entanto, não detalhou quais foram as informações falsas ou omissões dos dois.

Dados em celulares
As mentiras nos depoimentos levaram à apreensão dos aparelhos celulares dos servidores da PRF Adiel Pereira Alcântara e Naralúcia Leite Dias.

No material analisado, a PF concluiu que:

  • o efetivo da PRF no segundo turno das eleições 2022 foi muito maior no Nordeste, em relação a outras regiões do país
  • houve gasto superior no Nordeste com a convocação de servidores para atuar em dias de folga entre 28 e 30 de outubro de 2022
  • os pontos fixos de fiscalização foram no Nordeste superaram os observados pelo país
  • entre 28 e 30 de outubro de 2022
  • a quantidade de ônibus fiscalizados no Nordeste foi apenas de 221 a menos que a soma das demais regiões do Brasil
  • entre 28 e 30 de outubro de 2022, a retenção de ônibus no Nordeste foi quase o dobro da soma dos retidos nas demais regiões

O relatório diz que "mesmo com todos os fatos subsequentes que foram a público, e obviamente sabendo que a análise do conteúdo de seus celulares os desmentiriam, podendo procurar a Polícia Federal para se retratar ou colaborar com as investigações (ainda na possível condição de testemunhas), [os dois servidores] optaram por não fazê-lo".

A PF afirma ainda que um diretor de Polícia de Estado "atuar de forma a determinar um policiamento direcionado com o intuito de dificultar/impedir eleitores de votarem, e mencionar que a instituição deveria escolher um lado, indica uma atuação como Polícia de Governo, colocando interesses sociais e políticos acima dos interesses da sociedade, o que é inadmissível em um Estado Democrático de Direito".

De acordo com o blog da Andreia Sadi, o conteúdo dos celulares também mostrou que a PRF omitiu dados de inteligência sobre os bloqueios nas estradas após as eleições de 2022. Os bloqueios, bolsonaristas, contestavam o resultado das urnas.

Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso em operação sobre blitze no 2º turno27  Atualizado há 34 minutos

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso preventivamente nesta quarta-feira (9). Ele é investigado por suposta interferência no planejamento de fiscalizações nas eleições de 2022.

O objetivo, segundo aponta investigação conduzida pela Polícia Federal, era prejudicar o fluxo de eleitores na Região Nordeste. Por lá, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrava ampla margem contra Jair Bolsonaro (PL) em pesquisas de intenção de voto.

Relatório obtido pelo blog sobre a investigação conduzida pela PF aponta que o Nordeste registrou número de efetivo, pontos de fiscalização e ônibus retidos superiores aos observados em outras regiões do país.

A prisão de Silvinei foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF.

Os números e uma série de outras informações colhidas pela Polícia Federal subsidiaram a decisão de Moraes, que classificou a conduta do ex-diretor da PRF como “ilícita e gravíssima”.

Veja nesta reportagem as provas que compõem o relatório da PF encaminhado a Moraes:

  • ‘Policiamento direcionado’;
  • Mentiras em depoimentos;
  • Dados em celulares;
  • Conduta ‘gravíssima’;
  • ‘Policiamento direcionado’.

O relatório da investigação da Polícia Federal menciona uma troca de mensagens entre servidores da PRF às vésperas do segundo turno do pleito de 2022. No diálogo, Adiel Pereira Alcântara afirma que Silvinei falou em “policiamento direcionado” durante as eleições.

Os registros são da noite de 29 de outubro, um dia antes do segundo turno. Mais cedo, naquela mesma data, Vasques havia se reunido com a cúpula da corporação.

Na mesma data, o ex-diretor da PRF também declarou voto em Bolsonaro.

A PF afirma que, "nas mensagens ao colega, o próprio ADIEL critica a conduta de SILVINEI, afirmando que o mesmo teria falado 'muita merda' (SIC) nas reuniões de gestão, notadamente, ao que parece, determinando 'policiamento direcionado' (SIC), corroborando com os elementos de prova que indicam as ações policiais visando dificultar ou mesmo impedir eleitores de votar".

À época, Alcântara era coordenador de Análise de Inteligência da corporação.

Mentiras em depoimentos
A Moraes, a PF afirma que, em depoimentos, dois servidores da PRF mentiram e omitiram informações por "reverência" a Silvinei Vasques.

Um dos servidores é Adiel Pereira Alcântara, que, em mensagens, afirmou que Silvinei falou em “policiamento direcionado” durante reunião com a cúpula da PRF.

A outra, Naralúcia Leite Dias, atuava como chefe do Serviço de Análise de Inteligência da PRF.

Os dois foram ouvidos pela PF no inquérito que apura a suposta interferência de Silvinei nas fiscalizações do pleito de 2022.

A corporação, no entanto, não detalhou quais foram as informações falsas ou omissões dos dois.

Dados em celulares
As mentiras nos depoimentos levaram à apreensão dos aparelhos celulares dos servidores da PRF Adiel Pereira Alcântara e Naralúcia Leite Dias.

No material analisado, a PF concluiu que:

  • o efetivo da PRF no segundo turno das eleições 2022 foi muito maior no Nordeste, em relação a outras regiões do país;
  • houve gasto superior no Nordeste com a convocação de servidores para atuar em dias de folga entre 28 e 30 de outubro de 2022;
  • os pontos fixos de fiscalização foram no Nordeste superaram os observados pelo país;
  • entre 28 e 30 de outubro de 2022;
  • a quantidade de ônibus fiscalizados no Nordeste foi apenas de 221 a menos que a soma das demais regiões do Brasil;
  • entre 28 e 30 de outubro de 2022, a retenção de ônibus no Nordeste foi quase o dobro da soma dos retidos nas demais regiões.

O relatório diz que "mesmo com todos os fatos subsequentes que foram a público, e obviamente sabendo que a análise do conteúdo de seus celulares os desmentiriam, podendo procurar a Polícia Federal para se retratar ou colaborar com as investigações (ainda na possível condição de testemunhas), [os dois servidores] optaram por não fazê-lo".

A PF afirma ainda que um diretor de Polícia de Estado "atuar de forma a determinar um policiamento direcionado com o intuito de dificultar/impedir eleitores de votarem, e mencionar que a instituição deveria escolher um lado, indica uma atuação como Polícia de Governo, colocando interesses sociais e políticos acima dos interesses da sociedade, o que é inadmissível em um Estado Democrático de Direito".

De acordo com o blog da Andreia Sadi, o conteúdo dos celulares também mostrou que a PRF omitiu dados de inteligência sobre os bloqueios nas estradas após as eleições de 2022. Os bloqueios, bolsonaristas, contestavam o resultado das urnas.

Conduta ‘gravíssima’
Ao Supremo, a PF defende a prisão de Silvinei Vasques como necessária para evitar "interferência" e "combinação de versões" durante as investigações do episódio.

Na decisão que autorizou a prisão de Silvinei, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que a conduta narrada pela Polícia Federal é "ilícita e gravíssima".

"A conduta do investigado, narrada pela Polícia Federal, revela-se ilícita e gravíssima pois são apontados elementos indicativos do uso irregular da máquina pública com objetivo de interferir no processo eleitoral, via direcionamento tendencioso de recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores", diz.

Moraes afirma ver fortes indícios de materialidade e autoria dos seguintes crimes por parte de Silvinei Vasques:

  • prevaricação (quando o agente público atua ou se omite em benefício próprio);
  • restringir, impedir ou dificultar o exercício de direitos políticos;
  • impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio (crime eleitoral);
  • ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato (também crime eleitoral);
  • e abuso de autoridade.

Ao autorizar a prisão de Silvinei, o ministro também determinou o cumprimento de uma série de medidas contra o ex-diretor da PRF:

  • busca e apreensão de "armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, passaporte" do ex-diretor da PF;
  • buscas em endereços contíguos, incluindo "todas as medidas necessárias a verificar a existência de eventuais cômodos secretos ou salas reservadas em quaisquer dos endereços";
  • acesso e análise do conteúdo (dados, arquivos eletrônicos, mensagens eletrônicas e e-mails) armazenado em eventuais computadores, servidores, redes, inclusive serviços digitais de armazenamento em nuvem, ou em dispositivos eletrônicos de qualquer natureza;
  • e arrolamento, a avaliação e a custódia, em ambiente seguro, do dinheiro em espécie e dos bens de elevado valor econômico apreendidos.

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